quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os dez estados de vida

Segundo os ensinamentos budistas, todas as pessoas possuem dez estados de vida.
De acordo com o estado de vida em que elas se encontram, conseguem influenciar o ambiente ou são influenciadas por ele. Elevar seu estado de vida é o objetivo primordial do budismo, para que manifestem a sabedoria de conduzir tudo ao seu redor de maneira correta e segura.

Estado de Inferno (Jigoku): Constitui-se de muito sofrimento, caracterizado pelo impulso de destruir a si próprio assim como todos e tudo que estiver em seu caminho.

Estado de Fome (Gaki): Nessa condição, a pessoa é governada pelos desejos insaciáveis, incluindo não só desejos materiais como também o desejo de obter a fama. Sofrem muito, pois nunca estão satisfeitas.

Estado de Animalidade (Tikusho): Nesse estado, a pessoa é escrava dos desejos do instinto e perde o sentido da razão. O critério das ações do estado de animalidade é a luta pela sobrevivência, a lei da selva.
As pessoas deste estado tomam vantagem dos fracos e adulam os mais fortes.

Estado de Ira (Shura): a pessoa é dominada pelo egoísmo, desprezando os outros e exaltando a si próprio. Apega-se fortemente à ideia de sua superioridade e não suporta ser inferior a ninguém em nada. Enquanto as pessoas nos três estados anteriores não têm controle sobre a vida, pois estão completamente dominadas pelos desejos, a pessoa em estado de Ira já possui o controle sobre a própria vida, é como um falcão procurando pela presa. Ele poderá “mostrar” externamente benevolência, retidão, justiça e ter inclusive um rudimentar senso de moral, porém, o seu coração permanece no estado de Ira.

Estado de Tranquilidade ou Humanidade (Nin): Neste estado a pessoa possui senso de moral, pode expressar seu julgamento justo, pensar racionalmente, controlar seus desejos instintivos por meio da razão e portar-se de modo humano, no entanto, podem cair facilmente nos quatro maus caminhos por qualquer circunstância adversa da vida.

Estado de Alegria (Ten): o estado de Alegria existe no mundo do êxtase. Existem vários tipos de alegrias, por exemplo, aquelas em que as pessoas sentem quando suas vontades imediatas são satisfeitas. Existem aquelas que incluem sensação de bem-estar, saúde e energia, e também aquela alegria que decorre de satisfação e contentamento espiritual. Todas as alegrias citadas acima são transitórias e desaparecem com o passar do tempo, pois são governadas pelas influências externas.

Estado de Erudição (Shomom): a condição de vida em que a pessoa busca o contentamento e a estabilidade por meio da auto-reforma e do desenvolvimento próprio. Busca conhecimentos e experiência de seus predecessores.

Estado de Absorção (Engaku): Significa o despertar por si próprio. A pessoa nesse estado compreende algumas verdades, independentemente dos ensinos budistas, e as usa principalmente para beneficio próprio.

Estado de Bodhisattva (Bosatsu): Bodhi significa sabedoria do Buda, e sattva, seres sensíveis. Ou seja, seres sensíveis com sabedoria de Buda. O estado de Bodhisattva é caracterizado pelas ações altruísticas.

Estado de Buda (Butsu): É a condição de liberdade perfeita e absoluta, o supremo estado em que se compreende o Caminho do Meio. É a condição de felicidade absoluta que nada pode corromper. O Buda compreende a lei da causalidade permeando o passado, o presente e o futuro e a eternidade da vida agindo espontaneamente para o bem dos seus semelhantes.

Da mesma forma que nenhum estado de vida é estático, o estado de Buda é experimentado no decurso das contínuas atividades altruísticas diárias. Portanto, não se deve considerá-lo como um objetivo máximo a ser atingido somente no final da vida, mas algo a ser alcançado todos os dias.

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