quarta-feira, 30 de março de 2011

Kenzoku - Pontos de Reflexão


Fundamentalmente, nossa felicidade ou iluminação depende unicamente de nossos esforços e não das ações de outras pessoas. Porém, quando compartilhamos uma relação próxima ou um compromisso com outra pessoa, nossa vida torna-se ligada à dela e, nesse sentido, não podemos estar completamente satisfeitos se ele ou ela estiver infeliz.
Mesmo que uma mulher seja feliz individualmente, se o marido a quem ama estiver sofrendo ela se sentirá insatisfeita. Por essa razão, ela deve apoiar os esforços do marido para tornar-se feliz. E, naturalmente, este mesmo raciocínio mantém-se verdadeiro na atitude de um marido em relação à sua esposa.
Praticamos o budismo para beneficiar não só a nós mesmos, como todos ao nosso redor e, em um sentido mais amplo, toda a humanidade.

No budismo há o conceito chamado de origem dependente que revela a inter-relação existente entre todos os seres. Há também os conceitos de relação cármica e kenzoku (pessoas ou grupo de pessoas que possuem uma mesma tendência de vida). Portanto, os indivíduos vêm a se encontrar e a conviver (na família, no trabalho, na comunidade etc.) por possuírem inerente essa relação cármica ou tendência de vida. Assim sendo, é inútil fugir ou procurar estratégias para desvencilhar-se dos problemas de relacionamento. Uma vez que essa tendência é inerente, ela acompanhará a pessoa aonde quer que vá, da mesma forma que a sombra segue o corpo.
Mas felizmente as tendências podem ser mudadas. Por essa razão, aqueles com problemas de relacionamento são orientados a transformar positivamente essa tendência. Isso faz parte do processo da revolução humana.

Há ainda uma outra razão, e esta ainda mais profunda, para que as pessoas se esforcem em mudar a tendência de vida e conviver em harmonia. Com base nesses conceitos mencionados, por mais que as pessoas tentem evitar umas às outras, num dado momento e circunstância, suas vidas se cruzarão no mesmo caminho.
Essas circunstâncias, em geral, são momentos de dificuldades e sofrimentos. Poderá ocorrer então de a pessoa perceber que somente a outra, e mais ninguém, é capaz de ajudá-la. Isso pode parecer para muitos rigoroso demais ou então se tratar de uma ironia do destino.
No entanto, no budismo trata-se da inter-relação dos seres.
Diz o ditado que quando um não quer, dois não brigam. Isso implica que uma das partes tem de tomar a iniciativa para remediar a situação.
"O diálogo é a base da revolução humana."

Fonte: BS 1855 e TC 402

quinta-feira, 24 de março de 2011

Kenzoku - Relação Cármica


Kenzoku – relação cármica, também chamado de “relação compartilhada”, que
explica a razão de nascermos em determinada família, sociedade e país. A explicação está no fato de termos cultivado com as pessoas que compõem esses núcleos uma relação no passado.

Por estar além de nossa compreensão, é extremamente complexo entender que o fato de convivermos com determinadas pessoas é porque há, realmente, uma relação cámica de nossa vida com a delas, criada no passado e manifestada no presente. Como dito, para tudo na vida existe uma causa que gera um efeito. Nada é por acaso. Tudo é causa e efeito, inclusive as pessoas com quem convivemos. O fato de termos nascido, por exemplo, em uma determinada família é porque possuímos as mesmas causas que as demais pessoas que também pertencem a ela. E se possuímos as mesmas causas, os efeitos também são compartilhados. Quando reconhecemos isso, compreendemos a razão dos sofrimentos, das alegrias, das dificuldades, enfim, dos acontecimentos que envolvem a família. Nesse sentido, quando a família está em crise, se uma única pessoa decidir transformar a situação, todos também compartilham dessa mudança. Aqui se encontra a importância de uma única pessoa.

As pessoas ao nosso redor, principalmente os nossos familiares, necessitam ver a prova real, a mudança de nosso comportamento, pois nos conhecem melhor que ninguém. Por mais que aparentemos ser excelentes fora de casa, nossa família vê com clareza a realidade de nossa condição. Tudo deve ser conduzido com base na sincera recitação do Gongyo e do Daimoku, que nos fazem enxergar a verdadeira essência de todos os fenômenos. Dessa forma, tomamos as atitudes corretas e necessárias para transformar o local em que vivemos da maneira como almejamos.

Portanto, o fato de nos sentirmos felizes ou infelizes depende de nós próprios. Se não transformarmos nosso estado de vida, nunca conseguiremos sentir a verdadeira felicidade. Quando realmente mudamos a condição interior, conseguimos ver qualidades nas pessoas, e o mundo se transforma.

“Nós falamos sobre o Kossen-rufu (Paz Mundial) como um movimento a ser promovido na sociedade, mas seu verdadeiro eixo encontra-se em nosso lar, em nossa família. A prova mais convincente para desenvolver o Kossen-rufu é a felicidade que estabelecemos em nossa casa. E é essa felicidade que sustentará a nossa convicção diante de qualquer pessoa. (...) Quero dizer a todos que a felicidade deve ser conquistada por nós mesmos, sem esperar que os outros nos façam felizes.
(...) Ela depende unicamente da nossa determinação e do fervor da nossa prática da fé”.